O Brasil, do mesmo modo que outros países desenvolvidos, já sabe que tem um novo desafio – a velhice – com as consequências que isso acarreta. Uma delas é a questão de onde morar. Até agora falávamos em convivência de três gerações; doravante teremos de inserir uma quarta geração, pela maior expectativa de vida apresentada pelas pessoas, conforme dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). A estimativa da OMS é de que existam 670 milhões de homens e mulheres com mais de 60 anos no mundo. Em 2050, eles serão 1,97 bilhão, um crescimento de cerca de 200%.
A expectativa de vida da humanidade, que era de 50 anos em meados do século XX, saltou para 80 anos em 2010. No Brasil era de 43 anos em 1945, e hoje é de 73. O IBGE já projeta uma inversão no perfil demográfico do país, com mais idosos do que jovens, para logo mais, em 2030, ou seja, dentro de 20 anos.
Esses números dão uma clara dimensão da reflexão necessária e das medidas que têm de ser tomadas por governos, sociedades, empresas e pessoas, para que todos possam enfrentar na hora certa o que a nova realidade começa a impor.
Ao falar em velhice, faz-se necessário pensar de forma ampla e desse modo compreender o envelhecimento como fenômeno multifacetado e particularizado ao mesmo tempo, pois a velhice é constituída por características específicas (biológicas, sociais, psicológicas, históricas, culturais, de gênero) que formam um todo, o complexo ser idoso.
Essa complexidade, associada à diversidade desse ser idoso, revela comportamentos, ações e desejos únicos e heterogêneos, diretamente interligados na relação entre ser e ambiente e, nesse contexto, entre o idoso e sua moradia.
Vemos, portanto, que a relação entre o idoso e sua moradia representa a expressão de sua identidade, com as suas marcas significativas e pessoais, para a construção de seu meio de proteção e de bem-estar, um espaço próprio sob seu domínio e controle.