No Dia Internacional da Mulher (08 de março de 2022), marca-se a luta das mulheres por igualdade, respeito e visibilidade social. O Núcleo de Direitos Humanos e Inclusão, juntamente com os professores dos cursos de Psicologia e Pedagogia do Centro Universitário Módulo, organizaram uma conferência sobre o tema “Mulher: Bicho perigoso”, proferida pela professora, jornalista e escritora Priscila Siqueira e, contou com a mediação dos professores Antônio Roberto Alves Felippe e Divina de Fátima dos Santos. A atividade ocorreu no Auditório do Centro Universitário Módulo.
Priscila discorreu, de forma entusiasmada, sobre direitos e avanços conquistados pelas mulheres, como por exemplo, direito ao voto. Ressaltou a violência ao longo da história, sempre presente em suas vidas. Ela apresentou alguns dados estatísticos de órgãos governamentais, confirmando a triste realidade. De acordo com Siqueira, a sociedade patriarcal e machista considera a mulher como um ser perigoso, atribuindo a ela uma perversidade proveniente de um pretenso papel sedutor, motivo pelo qual a mulher é sempre responsabilizada por todo tipo de desvarios e reveses que possam vir a ocorrer nessa sociedade. Assim, a mulher tem seus direitos cerceados e seu protagonismo social apagado. Quando se é mulher, negra ou indígena no Brasil, existe dupla violência e desrespeito, dados estes que vêm crescendo a cada dia e que nos últimos três anos tornou-se um problema de saúde pública.
A cultura misógina pôde ser claramente observada nos últimos dias a partir da lamentável atuação do Deputado Estadual do Estado de São Paulo, Artur do Val, que, com a enganosa finalidade de ajudar as vítimas da guerra da Ucrânia, proferiu verdadeiras barbaridades em um áudio vazado, no qual ele afirma que as mulheres ucranianas seriam “fáceis porque são pobres”.
Esse tipo de mentalidade acaba contribuindo com a violência contra as mulheres, que são vitimizadas diariamente por agressões e assédios de toda ordem, seja física, verbal, moral, econômica ou psicológica, além de agravar o já demasiado alto índice de feminicídio registrado em nosso país. O Brasil está entre os países mais violentos para uma mulher viver.
No correr da conferência, Priscila utilizou de meios como a vivência psicodramática, com exibição de representações lúdicas de um casamento e um baile de debutantes, cujas mulheres são retratadas em roupas brancas que carregam um alto nível de simbolismo como pureza, inocência e submissão, signos que são ecos de uma sociedade que já foi forjada de maneira patriarcal e misógina.
A seguir algumas imagens da conferência.