Divina de fátima dos Santos

Doutora em Psicologia Clínica

Triangulações Familiares: Avós, Filhos e Netos. Um estudo sobre Relações Intergeracionais

Relações Triangulares foi produzido em função da reflexão sobre a forma pela qual vivemos em sociedade. A triangulação se inicia no momento em que nascemos sendo nesse momento, subproduto de outras triangulações. Durante nosso desenvolvimento podemos vivenciar contextos que demonstram mais triangulações de natureza diversas. Essa lógica, no entanto, continua com relativa força em outros contextos relacionais, tais como ambientes de trabalho, amizade e demais relacionamentos que se dão no decorrer de nossas vidas. De acordo com Whitaker (1988, p.137) uma família saudável é capaz de conciliar diversas triangulações variáveis, assim como coalizões flutuantes, sem se deixarem afetar por distúrbios sentimentos negativos afinal, somos seres relacionais por definição, mas não podemos reprimir nossa singularidade. O livro aborda, portanto, diversos exemplos de como ocorrem as triangulações que estão presentes em nossas vidas, a todo o momento desde o nascimento do um filho do casal, formando o primeiro triângulo até a introdução de outras figuras familiares, como sogro, ogra, genro, nora. Relações Triangulares aborda temas que versam sobre adoção; à traição conjugal; ao bullyng; às relações de consumo e à introdução da figura do terapeuta durante o expediente de um quadro terapêutico, entre outros.

Triangulações Familiares: Avós, Filhos e Netos. Um estudo sobre Relações Intergeracionais

A família tem se constituído ao longo dos tempos como uma instituição fundamental presente em todos os momentos e âmbitos sociais. É berço da formação da socialização do individuo, responsável pela composição dos modelos, padrões e influências culturais (Amazonas, Damasceno, Terto &Silva, 2003; Kreppner, 1992, 2000).

Em conjunto com outras instituições, a família busca dois principais objetivos: um do ponto de vista interno, que se refere à função de proteção aos membros, garantindo a segurança, bem estar de seus integrantes. O outro objetivo, do ponto de vista externo, visa transmitir a cultura a qual se incluem para os seus descendentes. Isso ocorre através de triangulações que se dão na esfera familiar e envolvem os integrantes da família, como avós, pais e netos. Trata-se, portanto, de um arranjo social que se encarrega de emitir valores, ideias, crenças e demais signos presentes em uma estrutura social (Kreppner, 2000). A instituição familiar exerce significativa influência no comportamento da pessoa, fato atenuante ao se tratar de crianças, que aprendem no ambiente familiar, diferentes formas de encarar o mundo, o seu meio social e as relações sociais, processo definido por Berger e Luckman (1985) como “socialização primária”.

Em sua condição intermediária entre o individuo e a cultura, a família desempenha abordagem prática das relações de natureza afetiva, cognitiva e social que são inerentes às condições históricas, sociais e culturais de uma determinada ordem social. Os eventos ocorridos no ambiente familiar e as experiências geradas a partir de tais ocorrências são responsáveis pela formação de padrões comportamentais, além de saberes e conhecimentos utilizados para resolução de eventuais conflitos, tanto de caráter pessoal quanto social.

O afeto transmitido e disseminado por meio das triangulações formadas no ambiente familiar, a reciprocidade e vivências compartilhadas resultam em sentimentos como pertencimento e lealdade a uma família, além de serem fatores primordiais inerentes à condição humana que abrangem questões inconscientes e conscientes. Quando surge a necessidade de afastamento da família, o individuo pode recompor o espaço tornado vago com pessoas que vivem eu seu novo meio social, formando “novas” famílias.

A Organização Mundial da Saúde determinava, no ano de 2002, que o conceito de família não deve ficar limitado estritamente a laços sanguíneos, casamento, parceria sexual ou adoção. Todo e qualquer grupo que mantenha ligações baseadas em confiança, suporte mútuo e interesses em comum devem ser considerados como família. É nessa linha que o internacionalmente conceituado terapeuta familiar Salvador Munichin (1990), estabelece que a organização, a estrutura e os padrões que regem as interações de uma família são fatores encarregados de selecionar e qualificar as experiências dos membros familiares.

-Para obter o livro completo, clique aqui e adquira seu volume!

Psicóloga Divina

Doutora em Psicologia Clínica

  • divina.multiply@gmail.com